O cubo de gelo
Bebo um refrigerante...
O copo está cheio de seu líquido...
E com alguns cubos de gelo...
Saboreio a bebida...
Pouco a pouco o copo se esvazia...
No limiar do último gole...
Observo em meio ao pouco que resta...
O cubo de gelo...
Parado...
Definhando...
Transferindo seu frescor ...
Transmitindo sua essência....
Consumindo-se para meu prazer...
E eu...
Ali bebendo...
Pouco o observo...
Mas muito lhe absorvo...
E o cubo de gelo...
Definhando-se...
Sem exigir mérito...
Sem cobrar atenção...
Sem precisar ser nomeado...
Limitando-se a ser cubo...
Cubo de gelo...
Refresca meu momento...
Em seu interior agora observo...
Há fissuras...
Ranhuras...
Estiramentos...
Deve ser sua luta...
Pra dar razão a sua existência...
De ser em um copo...
O cubo de gelo
